Quinta feira (22), a partir das 14h00 audiência pública na Assembleia Legislativa
Por Ronaldo Werneck
Foi agendada a Audiência Pública em defesa da Rádio e TV Cultura para o próximo dia 22 de outubro, a partir das 14h00, no auditório Paulo Kobayashi, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Nela comparecerão funcionários, ex funcionários, o movimento social e sindical, que fazem a defesa de emissoras públicas e sua programação. E cobra, do governo do estado, mais recursos para as emissoras da Fundação Padre Anchieta, responsável por sua administração. A audiência é aberta e interessados podem comparecer.
O movimento em defesa da RTV Cultura, lançado por artistas e funcionários da emissora, tomou corpo e hoje, diversas entidades do movimento social e sindical apoiam a causa. O movimento surgiu depois que o presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça, optou por fazer um corte de 25% dos contratos. Com essa iniciativa, o entendimento é que haverá precarização do trabalho e da programação das emissoras, que tem reconhecimento internacional por conta de sua excelente programação.
Para fortalecer a luta em defesa da Cultura foi elaborado um manifesto, que pode ser lido logo abaixo e um abaixo assinado on line. Para assinar acesse aqui.
A Audiência Pública, solicitada através da deputada Beth Sahão/PT, deve contribuir, não só fazer defesa da RTV Cultura e de sua programação educativa, mas do conceito de emissora pública, que é mais voltada para conteúdo cultural, informativo e de prestação de serviço.
Vídeo em defesa da RTV Cultura
MANIFESTO EM DEFESA DA RTV CULTURA
“Somos brasileiros e brasileiras, somos paulistas, somos de várias gerações que na infância, na adolescência e na idade adulta tivemos a oportunidade de ter acesso a uma programação – de rádios e de televisão pública – orientada pela promoção da cultura nacional e local. Conteúdos que ao longo de décadas foram produzidos por equipes formadas por profissionais (jornalistas, radialistas, artistas, técnicos) que buscavam a excelência. O resultado deste trabalho foi reconhecido nacionalmente e internacionalmente, com muitos prêmios e com uma audiência cativa que consolidaram historicamente as rádios e a TV Cultura de São Paulo como uma alternativa aos meios de comunicação comerciais.
As rádios AM e FM ficaram conhecidas pela excelente programação de música popular brasileira e de música clássica. A televisão criou alguns dos principais programas de debates de temas nacionais, como o Roda Viva e o Opinião Nacional, constituiu núcleos de referência na produção de programas infantis, como o Rá-tim-bum, e na de musicais, como o Fábrica do Som, Ensaio e o Viola, Minha Viola, dando espaço também à difusão de curtas-metragens, com o Zoom. As emissoras se tornaram um patrimônio da população paulista.
Contudo, nos últimos anos, a TV e as rádios Cultura estão passando por um processo de desmonte e terceirização da programação, com a degradação de seu caráter público e da sua qualidade. Vários programas de referência da emissora foram extintos, como Zoom, Grandes Momentos do Esporte, Vitrine, Cocoricó e Bem Brasil. Outros tantos sofreram risco de extinção, como o Manos e Minas e, mais recentemente, há a ameaça de acabar com o Viola Minha Viola, líder de audiência da emissora, e o Provocações. Além disso, o premiado Quintal da Cultura perderá a participação dos artistas e será reestruturado para ser apenas o espaço de veiculação de desenhos animados.
Esse processo vem acompanhado de demissões em massa e de precarização das relações de trabalho, tanto na TV quanto nas rádios, com estrangulamento da equipe de jornalismo e radialismo; enfraquecimento da produção própria de conteúdo, inclusive dos infantis; entrega, sem critérios públicos, de horários na programação para meios de comunicação privados, como a Folha de S.Paulo; sucateamento da cenografia, da marcenaria, de maquinaria e efeitos, além do setor de transportes. O mais recente ataque à estrutura da TV foi a retirada do seu sinal das antenas parabólicas, excluindo 30 milhões de pessoas de acesso ao canal.
Acompanhamos esse processo estarrecidos, mas não passivamente. Vamos lutar para impedir o desmanche da Cultura. Queremos a Cultura Viva, refletindo a diversidade e a pluralidade do povo paulista e brasileiro. Queremos a Cultura Viva, mas queremos que ela seja ainda mais pública, que ouça a sociedade, que espelhe de forma criativa a complexidade e a efervescência cultural do nosso estado e do Brasil”.
Com informações TV Foco
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