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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Sem luta, sem conquista. Convenção Coletiva vai pra Dissídio.

Tribunal Regional do Trabalho 2ª Região


Sem aumento, sem reajuste salarial e sem benefícios. Esse foi o resultado das tentativas de negociação com os patrões de nossa pauta, da Convenção Coletiva de Trabalho. Como já era sabido, os patrões não querem saber de dividir os lucros de nosso trabalho. Em nossa última assembleia, a categoria decidiu que, caso os patrões não melhorassem a proposta apresentada, nossa pauta deveria ser encaminhada para a Justiça do Trabalho.

Muita gente deve estar se questionando, se valeu a pena ter ido na assembleia, fazer fuxico nos corredores da empresa, para a pressão chegar na chefia, no RH e depois a direção da empresa. Podemos dizer que sim, pois as propostas iniciais, ao longo do tempo, foram sendo "melhoradas", mas não ao ponto de atender os interesses da categoria que compareceu nas assembleias convocadas pelo sindicato.

Se o acordo fosse aprovado, do jeito que estão propondo, o reajuste seria menor. Em nossa pauta,  reivindicamos 7,4%  de reajuste salarial, os patrões só querem dar 5,81%. Não querem fornecer equipamentos de proteção individual aos trabalhadores da externa, como acontece com as emissoras de outros países. Só para lembrar o fato de  nosso companheiro Santiago Ilídio Andrade, operador de câmera da TV Band Rio, que morreu aos 49 anos, fazendo cobertura dos protestos no ano passado, ao ser atingido por uma bomba durante seu trabalho. As primeiras pessoas a socorrer ele foram outros radialistas de uma emissora da Inglaterra, devidamente equipados com capacetes. Sem falar que trabalhavam em dupla, no caso de Andrade, estava sozinho. Como se vê, nossa tentativa de evitar tragédias como essa, são sistematicamente ignoradas pelos patrões.

O fato de termos de enviar para dissídio reflete, em parte, o desinteresse dos companheiros da categoria em não se mobilizar. Em ano de copa, as empresas estourando seu faturamento, se recusaram dar-nos migalhas, pois tinha a certeza de que seus funcionários não iram se movimentar. Tentando garantir nossas conquistas, os trabalhadores que vierem participar da assembleia, indicaram para o envio de dissídio. Agora, lá no Tribunal, haverá uma audiência de negociação, onde as partes poderão, pela última vez, entrar em acordo. Caso não seja feito isso, será encaminhado para julgamento, sem data prevista para que isso ocorra.

O mais importante, é que a qualquer momento, os trabalhadores podem, junto com o sindicato, se mobilizarem, para conquistar suas reivindicações. Sem a necessidade de ficar esperando parecer da justiça. É a velha máxima, de Geraldo Vandré, que diz em sua canção "Pra não Dizer que Não Falei das Flores"; quem sabe faz hora, não espera acontecer. Como estão fazendo os trabalhadores da TV Vitória, do grupo Record no Espírito Santo.


Companheiro Santiago Andrade, socorrido por colegas estrangeiros, devidamente equipados.

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