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quarta-feira, 29 de março de 2017

Com emissoras em greve, direção das Rádios Clubes, de Lins, alteram programação para tentar burlar lei de greve

Trabalhadores da Rádios Clube AM e FM de Lins em greve


Por Ronaldo Werneck

No primeiro dia de greve dos trabalhadores da Lins Rádio Clube e Clube FM de Lins, trabalhadores free lances e gravação de programas antecipados por PJs, registram a tentativa da direção dessas empresas de tentar burlar a Lei de Greve.

Coesos e decididos os trabalhadores seguem, junto com a direção do Sindicato dos Radialistas e seu departamento jurídico, pressionando a empresa a regularizar o pagamento de seus trabalhadores e forçá-los a apresentar uma proposta decente para o pagamento de verbas retroativas.

Dentre os trabalhadores que furaram a greve foi Willian Abdala, operador de Rádio e Roy Nelson, vereador e locutor apresentador de um programa policial. Todos eles foram vaiados pelos trabalhadores em greve.

Diferentemente de outras praças, onde o Sistema Regional de Comunicação (SRC) têm outras empresas de Rádio e TV, as emissoras do grupo em Lins não sofreram fiscalização do Ministério do Trabalho nem ação na Justiça, devido a dificuldade em utilizar órgãos do Estado, para fazer a empresa cumprir a legislação trabalhista. Os trabalhadores de Lins estão dando um exemplo de como deve fazer o patrão respeitar seus direitos e sua dignidade.

Em dado momento, durante o dia de greve, a direção da empresa chamou o Sindicato para conversar, na tentativa de ter um entendimento a respeito da suspensão da paralisação, Ledo engano, na verdade o que a direção da empresa, representado por Marcelo Rocha apresentou ao sindicato foi a lorota de que tudo estava regularizado e documentado. Dos 19 itens listados, Rocha afirmou que apenas uma questão estava sem resolver que era a conta salário. Reivindicação esta apresentada em mesa redonda no Ministério do Trabalho de uma de suas empresas em 2012 pelo Sindicato dos Radialistas. 

Alegando burocracia, para o impedimento de abrir as contas salários para seus trabalhadores num momento e em outros, que estavam pesquisando em qual rede bancária iriam abrir, o tempo passou (5 anos) e nada de conta bancária, que em 2013 foi conquistada pelos Radialistas em Convenção Coletiva. De lá pra cá, o "passa moleque" foi sendo praticado em todas as empresas do grupo sendo que, em todas elas, sob jurisdição da Gerência do Ministério do Trabalho em Araçatuba, foram autuadas pelo auditor fiscal do Ministério do Trabalho também por essa irregularidade, bem como ações na Justiça para cumprimento da convenção coletiva na cláusula da conta salário.

Após rápida consulta os documentos que a direção da empresa havia afirmado ter, de que estavam cumprindo suas obrigações trabalhistas, foram caindo por terra. Sem tickets restaurantes, sem pagamento de abono, trabalhadores sem registro em carteira de trabalho, entre outras irregularidades, foram sendo "constatadas" pela direção, que vinha a todo momento consultar um possível acordo para volta ao trabalho.

Sem uma apresentação de proposta concreta de regularização, pagamento de retroativos, além de estabilidade no emprego, a greve continua.  

A empresa está impedida de manter trabalhando trabalhadores fora de seu quadro de funcionários durante a greve. Nem "freelancers", nem funcionários de outras praças podem entrar na empresa em movimento de paralisação dos trabalhadores, pois caracteriza descumprimento da Lei de Greve. A empresa também não pode demitir enquanto a paralisação perdurar e que um acordo não seja firmado. É o que manda a legislação.

Na manhã desta quarta feira (29), uma trabalhadora, sem contrato de trabalho com a empresa tentou entrar na emissora, o que foi impedido pelo Sindicato dos Radialistas.

Abaixo alguns registros fotográficos do movimento grevista, que agitou a cidade de Lins e continua até a solução satisfatória dos trabalhadores.
















Conferência de documentos onde são constatadas as irregularidades que a direção da empresa negou existir



Roy Nelson (de costas) ao ser abordado por ter voltado atrás furado a greve


Arthur Monteiro, advogado do Sindicato dos Radialistas

 Funcionários do grupo SRC que vieram de Andradina em apoio a empresa


Marcelo Rocha, diretor do grupo SRC que vem de Araçatuba e madruga na estrada, para estar em Lins antes das 6h00 da manhã




Funcionário da empresa sem contrato de trabalho, que veio na empresa para gravar programas


Funcionário que furou a greve e é vaiado pelos grevistas

Seguranças contratados pela empresa em frente a emissora


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