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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Em audiência de conciliação, patrões de Rádio e TV não chegam a acordo e, sem mobilização da categoria, Justiça propõe reajuste de 7%

Justiça propôs 7% de reajuste e 8,45% para os pisos salariais da categoria dos Radialistas

Por Ronaldo Werneck

Nesta segunda feira (19), no Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo, o Sindicato dos patrões de Rádio e TV e o Sindicato dos Radialistas se reuniram numa audiência de conciliação, onde através da intermediação da Justiça discutiram os termos para tentar entrar num acordo sobre a convenção coletiva de trabalho, que está sem reajuste deste a última data base da categoria, que é maio deste ano.

Não houve acordo. Os patrões de rádio e TV continuam cerrando fileira em torno dos objetivos traçados, estrategicamente, pelo representante das organizações Globo no patronal, desde o início das negociações. O objetivo principal consiste em fazer com que o Sindicato dos Radialistas assinem uma convenção coletiva com redução de direitos. Situação esta deixada clara, desde o início para os patrões, que não vai ocorrer.

Dessa forma, o representante da Rede Globo, impede que a convenção coletiva seja assinada, mesmo que outras emissoras, já debandaram dessa orientação. 

SBT, Record, Gazeta, EPTV, TV TEM e diversas outras emissoras de Rádio e TV no estado de São Paulo já anunciaram antecipação e reajustes salariais para seus funcionários. Das grandes emissoras, em São Paulo, apenas Globo, Band e Rede TV ainda continuam a não ter nenhum tipo de consideração por seus trabalhadores. 

Informações levantadas pelo Blog dos Radialistas revelam que a Record irá fazer o pagamento retroativo dos salários de todos seus trabalhadores com o percentual de 6%. Ou seja, já não é nem mais antecipação, é o reajuste salarial. Ficando apenas aguardando decisão do Tribunal para o pagamento das diferenças, caso houver.

Na audiência, sem o acordo entre as partes, o juiz que a conduziu, propôs os seguintes termos para que as partes assinem a convenção ante a uma deliberação do TRT;

- reajuste sobre os salários de 7%, retroativo a maio de 2.016;

- reajuste de 8,45% sobre os pisos salariais, retroativo a maio de 2.016;

- reajuste de 7% sobre todas as clausulas de natureza econômica, retroativo a maio de 2.016;

- manutenção de todas as clausulas conquistadas pelos radialistas e existentes na Convenção Coletiva anterior;

- pagamento das diferenças salariais em até 03 parcelas a partir de fevereiro de 2.017.

Os representantes dos patrões se comprometeram em analisar a proposta e passar para o Sindicato dos Radialistas seu posicionamento até o dia 31 de janeiro do próximo ano, para então, caso seja necessário, ser realizado assembleia.

Importante ressaltar que deixar para a Justiça resolver as revindicações dos trabalhadores não é a melhor solução. Instâncias superiores e a conjuntura de ataque aos direitos de classe, tem feito com que, também esse poder, contrarie frontalmente os interesses dos trabalhadores.

A receita ideal para solução de nossos problemas, não é nova, e continua sendo o que a direção do sindicato tem proposto a categoria ao longo da Campanha Salarial, que é a mobilização da categoria.

Somente a consciência de classe e sua organização, impedem ataques aos direitos dos trabalhadores.



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