Foto reprodução: Vito Gianooti, presente, agora e sempre.
Por Ronaldo Werneck
Se tem algo que jamais devemos esquecer são os nossos heróis. Eles personalizam um ideal. Um valor a ser nutrido.
Na infância é aquele que têm poderes para defender a justiça. Para os soldados, quando retornam de guerras, os heróis são aqueles que não puderam voltar. Mas para os trabalhadores, são aqueles que, de alguma forma, contribuíram com seu tempo, seus pensamentos e e sua vida, dedicada em defender os interesses de seus companheiros de classe. Vito Gianotti é um deles.
Em sua página, em uma das redes sociais da internet, Vito se define como escritor. Mas foi além; metalúrgico, historiador, pesquisador da história das lutas políticas e sociais dos trabalhadores e jornalista. Vito foi e é muito mais do que tudo isso. Italiano naturalizado brasileiro, chegou ao Brasil aos 21 anos, no ano de 1964. Ano do golpe que os americanos, nossa elite e os militares brasileiros, deram em nossa democracia.
Vito e sua companheira Cláudia Santiago
Contribuiu com a construção da resistência à ditadura, organizou a oposição metalúrgica de São Paulo e escreveu diversas publicações destinadas a história e organização dos trabalhadores. Os mais próximos se divertiam com sua forma excêntrica de se expressar, quando se indignava. Vito usava muitos palavrões. Foi um ardente lutador pela comunicação sindical. Dizia que um partido ou sindicato sem jornal, era como um exército sem armas. Sua preocupação sempre foi o de levar até o trabalhador consciência de classe. E isso só é possível ao estudar a história, para compreender os mecanismos de exploração, que o sistema capitalista impõe a classe trabalhadora.
Vito, tratado neste texto em primeira pessoa, quando partiu, recebeu em homenagem, reportagens, matérias, citações, páginas e mais páginas de revistas, jornais e internet, de veículos de mídia de esquerda. De partidos políticos aos sindicatos. Mas a maior homenagem que se poderia receber é o reconhecimento de quem teve a oportunidade de conviver com ele. E saber que, mesmo com sua partida, saber que ele não se foi. Ficou. Como bem relatou sua companheira de quase toda uma vida de convivência Cláudia Santiago; “...você não vai morrer nunca! Vou tratar de falar de você para muita gente, para que a tua história se espalhe pelo mundo, como a história do revolucionário da solidariedade e da alegria. A história do homem que virou semente.”
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