quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Sindicato forte, autônomo e de base
O título até parece um chavão meio que desgastado atualmente. Mas em tempos de neoliberalismo, que perdurou nos anos 90 no Brasil, não era não. Particularmente acredito, que hoje também não o é. Mas incrivelmente, a postura de parte do movimento sindical brasileiro foi de embarcar nos "trololós" de quem aderiu ao status quo do reconhecimento bonificado por parte do governo de plantão. Algo muito fácil de se explicar; o governo reconhece, bonifica e elas dançam no rítmo de quem estiver a frente desse governo.
Estou falando do reconhecimento político/legal das centrais sindicais pelo atual governo federal. Dessa maneira o governo tutelou suas ações e garantiu ao mesmo tempo, adesões ao seu projeto reformista de humanizar o capital selvagem. Dando uma cara mais palatável da exploração humana através do trabalho. Acho até que é um direito do movimento sindical organizado embarcar em burradas, que com o tempo e a história se encarregarão de serem pedagógicos. O que não pode acontecer é ludibriar a categoria para garantir esse intento. Talvez seja esse o grande desafio do processo eleitoral que se abre na categoria dos radialistas de SP, que começou com a publicação do edital na última segunda feira e da assembléia que se realizará no próximo sábado, na parte da manhã na sede da entidade.
O que se sabe é que há um movimento que se intitula oposição, patrocinado por uma central sindical, com fome de retomar um sindicato que ousou defender sua categoria, frente ao apetite das grandes empresas de comunicação, com independência e personalidade. A postura da atual diretoria sempre foi de ser ética com a categoria em relação a este tema. Foi assim desde o início, quando o projeto de submissão aos interesses de uma central sindical, sucumbiu nas urnas da última eleição da categoria. E que finalizou no último congresso dos radialistas de SP, quando este se desfiliou da CUT, no ano seguinte após o desfecho das eleições sindicais. Mas que agora, esse projeto de submissão, parece querer retornar nas mãos de alguns.
Retorna pelas mãos dessa suposta oposição, por interesses mais imediatos; como a retomada de uma entidade sindical, para se somar a desventura de azeitar um projeto de moer trabalhadores, conforme os interesses das grandes empresas de comunicação e de garantir sua existência política através do aparelhamento sindical. Certamente teremos a oportunidade de ver novamente a categoria decidir, com maestria, que a história de um instrumento de luta de sua classe deve andar pra frente, principalmente quando se fala em defender seus direitos. A outra opção, se é que ela existe, não faz mais parte dos interesses de uma categoria frequentemente atacada em seus direitos. É uma página virada na história que alguns ainda teimam em querer voltar.
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